Em Portugal o uso da Árvore de Natal é relativamente recente. Até há poucos anos, como na generalidade dos países predominantemente católicos, o presépio era a única decoração de Natal.
Todos os que nasceram na primeira metade, e inicio da segunda metade, do Século XX se lembrarão do presépio montado sobre musgo e composto com todas as "figuras" tradicionais (José e Maria, o Menino, os Reis Magos, a vaca e o burro, os pastores e as ovelhas e sobretudo a cabana com a estrela e a manjedoura).
Até à decada de 50 do século passado a Árvore de Natal era ignorada, quando não desprezada, apesar de ser conhecida e utilizada na Europa anglo-saxonica praticamente desde o século XVII.
Vem isto a proposito de há cerca de um ano termos deparado, numa das agora habituais pesquisas na Internet, com um poema de autor desconhecido que nos tocou de forma particular e que nos tempos actuais de globalização, de ódio e intolerância, de ignorância e arrogância, e sobretudo, de desconsideração e desrespeito pelas pessoas e instituições, consideramos adequado e oportuno lembrar.
O poema em causa chama-se Árvore de Natal e reza assim:
Quisera Senhor, neste Natal, armar uma árvore dentro do meu coração e nela colocar, em lygar de presentes e adornos, os nomes de todos os meus amigos.
Os amigos de longe e de perto. Os antigos e os mais recentes.
Os que vejo a cada dia e os que raramente encontro.
Os sempre lembrados e os que às vezes ficam esquecidos.
Os constantes e os intermitentes. Os das horas dificeis e os das horas alegres.
Os que sem querer eu magoei e os que sem querer me magoaram.
Aqueles que conheço profundamente e aqueles que conheço superficialmente.
Os que pouco me devem e aqueles a quem muito devo.
Meus amigos humildes e meus amigos importantes.
Enfim, os nomes de todos os que já passaram pela minha vida.
Uma árvore de raizes profundas e fortes, para que seus nomes nunca sejam arrancados do emu coração.
De ramos extensos, para que novos nomes, vindos de todas as partes, venham juntar-se aos existentes.
De sombra agradável, para que a nossa amizade seja um momento de repouso na luta diária da vida.
É de acordo com este espirito de fraternidade, e de consideração e respeito pelas pessoas e pelas instituições, que desejamos a todos, indiferenciadamente,
UM NATAL FELIZ, BOAS FESTAS E UM ÓPTIMO ANO DE 2009.
A Direcção da Associação.